Os vasos de pressão necessitam de projetos específicos para sua construção, mantendo cuidados especiais na fabricação, na montagem e nos testes, uma vez que podem trazer riscos aos operadores, por operar com altas pressões e temperaturas elevadas. Normalmente, os vasos de pressão também possuem um custo unitário elevado, daí vindo tantos cuidados em sua montagem, precisando assim que operem pelo máximo de tempo possível dentro das estritas condições de segurança, sem a necessidade de paradas do equipamento para manutenção, reduzindo assim os custos operacionais.
Onde são usados os vasos de pressão?
Vasos de pressão são utilizados em usinas de açúcar e etano, em indústrias químicas e petroquímicas, constituindo um conjunto de equipamentos que servem para os mais variados usos. Os reservatórios de ar comprimido de compressores, utilizados para fins de recapagens, para uso de frigoríficos, indústrias as mais diversas, também se utilizam dos vasos de pressão, podendo ser encontrados nos digestores, nos trocadores de calor, nos boillers, cozedores de alimentos, evaporadores, reatores, etc.
Diante dos perigos que podem causar, os vasos de pressão precisam ser projetados, fabricados e operados dentro de uma série de normas, utilizando-se materiais adequados para cada tipo de aplicação, já que qualquer falha pode acarretar sérias consequências, inclusive podendo provocar perda de vidas humanas. Vasos de pressão estão entre os equipamentos considerados de alta periculosidade.
Classificação dos vasos de pressão?
Em sua classificação geral, podemos encontrar os seguintes tipos de vasos de pressão:
– Vasos não sujeitos a chama;
– Vasos de acumulação e armazenamento;
– Torres de destilação, podendo ser fracionadoras, retificadoras e absorvedoras;
– Reatores;
– Esferas de armazenamento de gases;
– Permutadores de calor.
Nessa classificação também podemos considerar os vasos de pressão segundo sua capacidade de suportar diferenças de pressão com relação à pressão normal atmosférica:
– Vasos atmosféricos, quando a pressão interna é a mesma da externa;
– Vasos de baixa pressão, quando não existe muita diferença entre a pressão interna e a externa;
– Vasos de alta pressão, quando se exige maior concentração dos fluídos e gases dentro dos vasos, em diferenças mais acentuadas entre as pressões interna e externa.
Por serem equipamentos que representam alto grau de periculosidade, os vasos de pressão exigem constante inspeção de segurança, mesmo para os mais novos e mesmo antes do início de seu funcionamento. A inspeção deve ser documentada, uma vez que, caso inspecionado pela fiscalização e não houver qualquer relatório sobre inspeção, as multas podem variar de R$ 4 mil a R$ 20 mil, dependendo do número de empregados expostos aos riscos dos vasos de pressão.
Equipamentos necessários aos vasos de pressão
Os vasos de pressão precisam ter, obrigatoriamente, alguns equipamentos que, em sua falta, constituem o chamado RGI (Risco Grave Iminente), também motivos para embargo ou interdição do equipamento, além das decorrentes multas.
Para apresentar maior segurança, os vasos de pressão precisam ter:
– Uma válvula ou dispositivo de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior à PMTA, instalada diretamente no vaso ou no sistema onde ele está inserido (PMTA é a Pressão Máxima de Trabalho Permitida pelo equipamento, que é acionado automaticamente em caso de riscos);
– Dispositivo de segurança contra bloqueio inadvertido da válvula, quando esta não estiver instalada diretamente no vaso de pressão;
– Um manômetro, instrumento que indica a pressão de operação do vaso.
Além dos equipamentos, é necessário que os vasos de pressão também tenham alguns documentos, na falta dos quais também recaem penalidades, como multas e possíveis embargos do equipamento:
– Placa de identificação e categoria (sua falta gera multa de R$ 400 a R$ 1.700);
– Prontuário fornecido pelo fabricante ou pelo responsável pela sua reconstituição (falta que gera multa de R$ 716 a R$ 3.480);
– Registro de segurança, ou livro de ocorrências (falta que gera multa de R$ 1.431 a R$ 6.682);
– Relatórios de inspeção (falta que gera multa de R$ 4 mil a R$ 20 mil).
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